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13/05/2019 Sindicato

Após um ano da greve dos caminhoneiros, Sindicato acredita que setor não apresentou melhoras

Neste mês faz um ano que a greve dos caminhoneiros parou o Brasil, em maio de 2018 representantes desta categoria em todo País reivindicavam que o alto preço do diesel e que os constantes aumentos fossem pelo menos controlados. Após esse tempo, em um balanço, o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Tocantins (Sindiposto-TO) acredita que o setor não teve grandes avanços nos últimos 12 meses. Isso porque segundo a entidade, o Governo ainda não atendeu as principais reivindicações cobradas pelos grevistas.

“O primeiro passo seria a redução da carga tributária, porque o grande problema na alta do combustível são os impostos extremamente elevados que o Governo coloca em cima do produto”, observa o presidente do Sindiposto-TO, Wilber Silvano.

O presidente também menciona que o Governo deveria definir e organizar as regras deste mercado para que outras empresas possam atuar no País e, consequentemente vender a Petrobrás.

“Mas isso vai reduzir preço? No meu modo de ver eu acho que não! Melhora o ambiente de negócios, mas não significa necessariamente a redução de preços. Na minha concepção, a única maneira viável de conseguirmos uma redução no preço do combustível é minimizando também os impostos. Em torno de 54% no valor da gasolina hoje são de impostos. Ao meu ver, isso é um problema que deve ser solucionado para o consumidor final. No Brasil, combustível é artigo de luxo, dependendo do veículo que você tem é meio salário mínimo que se gasta com o produto. Neste ano, após a greve houve redução nos preços, mas não teve redução nos tributos”, analisa.

O representante também ressalta que existe uma competitividade elevada no setor de combustível, principalmente na revenda. Por isso, ele acredita que as regras sob o produto deveriam ser mais bem definidas, porque assim, impulsiona a competitividade no mercado. “Mas eu acho que isso não resultaria em ganhos para a sociedade em termos de redução de preços, porque redução de preços no Brasil só se faz através de redução de impostos e isso só o governo pode resolver”.

Wilber lembra que as empresas são livres para praticarem os preços que as convém, levando em consideração que a entidade percebeu um aumento no preço do etanol anidro, componente que corresponde a 27% do litro da gasolina nos últimos meses. Para o sindicato, o aumento foi ocasionado pelo excesso de chuva em algumas regiões do Brasil, como no centro-sul, fato que atrasou o processo de moagem da safra de cana-de-açúcar.

“Lembrando que o repasse desse aumento é uma decisão que cabe ao revendedor de cada posto de combustível, portanto, o Sindiposto-TO não interfere nesses valores”.

A entidade ainda destaca que há dois fatores determinantes para a variação de preço da gasolina no Brasil, além do etanol anidro: o preço do barril no mercado internacional e a variação do dólar. Desta forma, quando há aumento nesses valores, consequentemente, o produto também sobe nos postos para o consumidor final, ainda que, o repasse deste aumento é uma decisão que cabe ao revendedor de cada posto de combustível.

Greve

Neste ano, alguns representantes da categoria até cogitaram sobre uma nova greve. Isso porque parte dos caminhoneiros estaria insatisfeita com o pacote de medidas feitas pelo governo federal. A classe quer melhores condições de trabalho, como a adoção de linha de crédito para manutenção do veículo com taxas mais atrativas. Dizem também que alguns benefícios, como o cartão-caminhoneiro para compra de combustíveis, não funciona para todos.

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