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18/07/2019 Trabalhador

Petroleiros protestam contra vendas de refinarias; preços dos combustíveis podem subir

Petroleiros foram às portas de refinarias, no Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira (17), para protestar contra a venda de unidades da Petrobras. O ato, convocado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), alerta para o iminente aumento no preço dos combustíveis, além do desmonte da estatal.
Em Canoas-RS, os trabalhadores protestaram contra a privatização da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), colocada à venda pela Petrobras junto com 260 quilômetros de oleodutos e dois terminais. “Cada refinaria, que saiu no primeiro lance de venda, está tendo um ato de seus funcionários. Nós já estávamos mobilizamos há vários meses, desde que a primeira venda foi anunciada, em 26 de maio”, disse Miriam Cabreira, diretora da Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RS).

Os petroleiros protestam contra o esfacelamento do Sistema Petrobras. Em menos de 40 dias, a empresa fez 11 comunicados ao mercado para venda de campos de petróleo, refinarias, terminais, plantas de fertilizantes, subsidiárias, entre outros ativos estratégicos.
“A Petrobras e o governo federal têm mentido para a sociedade dizendo que esse processo vai baratear o preço dos combustíveis. Não é verdade. A Petrobras, apesar de ser uma empresa que tem o governo federal como controlador principal, já opera como uma empresa privada e o resultado é o preço do combustível (em alta) que nós estamos assistindo”, alerta José Maria Rangel, coordenador geral da FUP.

Para os trabalhadores, ao colocar oito refinarias à venda, a gestão do atual presidente da estatal, Roberto Castello Branco, coloca em risco a economia brasileira e deixa a população refém do mercado internacional. “Uma empresa privada que compra essa refinaria, ela vai ter que comprar também o petróleo para refinar, o que vai dobrar o custo do insumo básico. Então, o valor na refinaria aumentará e, consequentemente, a venda desse combustível ao posto também aumentará”, acrescenta Alexandre Pereira, técnico em operação na Refap.

Os petroleiros também dizem que a venda das refinarias da Petrobras, sem consultar o Congresso Nacional, é mais um ataque direto à democracia no Brasil. “A gente vive um momento muito atípico aqui no país, onde as liberdades individuais são retiradas. Esse processo de venda mostra isso também, porque eles não estão querendo fazer o processo normal, que seria discutir com o Congresso Nacional”, finaliza o diretor de comunicação da FUP, Gerson Castellano.

Na segunda-feira (15), foram organizados atos nas usinas de biodiesel de Montes Claros (MG) e Candeias (BA). Na terça (16), uma mobilização conjunta, envolvendo os trabalhadores da Refinaria Presidente Vargas (Repar) e da Araucária Nitrogenados, no Paraná. Já amanhã (19), a luta prossegue, com ato na Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia.

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